MANIFESTAÇÃO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA – SÃO JOSÉ/SC

Nesta sexta-feira (18/09) às 10hs da manhã, o MNPR-SC esteve presente na prefeitura municipal de São José para reivindicar os direitos subtraídos por parte do poder público. Em parte, a situação que já vem se precarizando ao máximo em relação aos dispositivos públicos, para as pessoas em situação de rua, como o Centro Pop, por exemplo, praticamente fechados, demonstram quais são os interesses da classe dominante. Reconhecer que estes dispositivos não podem funcionar adequadamente não justifica a ausência total de seu funcionamento mínimo.

A população em situação de rua sofre cotidianamente com a falta de espaços de abrigo, de recursos, alimentação (a PMSJ obteve a façanha de subsidiar um sanduíche por dia para cada morador!), assistência social digna, restaurante popular, além das denúncias de maus tratos nos centros de atendimento e violência policial. Essas são as reais circunstâncias em que essa população vive hoje, à mercê das migalhas do Estado e da sociedade. A mídia local vem fazendo seu papel sujo de culpabilizar o usuário desses serviços, alegando parcialmente o direito à fala de quem detém o poder, ou seja, entrevistando apenas o poder público, sequer convidando o movimento social para informar-se.

Assim, violadas todas as condições, o Movimento Nacional de População em Situação de Rua-SC, junto com apoiadores, advogadxs, SAJU, defensores públicos, Brigadas Populares e Frente Autônoma de Luta por Moradia, mostraram que o povo não está só e jamais se poderá subestimá-lo, à sua capacidade política de organização e força.

Sabemos que o chamado pra dialogar por parte da PMSJ se deve à nossa única ferramenta de luta: a ação direta mediante a pressão. Se o poder público e a elite acha que põe no bolso os mais pobres e alijados de direitos, enganou-se redondamente, pois estamos de olho! Dia 05 é prazo de entrega e abertura do novo Centro Pop de São José e nós estaremos lá para conferir parte de nossos direitos garantidos em lei.

Não vamos nos calar! Somos Sujeitos de DIREITO!

Movimento Nacional das Pessoas em Situação de Rua

Frente Autônoma de Luta por Moradia

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Ato Público em Defesa dos Direitos das Pessoas em Situação do Município de São José

Dia 18/09 sexta-feira às 10 hras da manhã, será realizado o Ato Público em Defesa dos Direitos das Pessoas em Situação do Município de São José.

O município está com todos os dispositivos públicos, para as pessoas em situação de rua, fechados ou com funcionamento mínimo. Violando, assim, a constituição federal brasileira, onde existe uma Política Nacional voltada para a determinada população.

Além disso, vem sendo apresentado na mídia uma visão distorcida da realidade. Onde culpabilizam os próprios moradores, por suas mazelas sociais. Esquecendo que somos frutos de uma sociedade desigual de direitos.

No mês de Agosto, protocolamos um documento na Prefeitura de São José, solicitando uma reunião para esclarecimento das inúmeras violações de direito. Se quer nos deram uma resposta!

Portanto, o movimento vem a público convocar a sociedade a estar junto nesse dia de luta! Pelo cuidado humanizado das pessoas em situação de rua!

Manifestação em repúdio às políticas de higienização, precarização, gentrificação, “direito à cidade”, criminalização e improbidade administrativa do poder público e seus órgãos “competentes”.

Não vamos nos calar! Somos Sujeitos de DIREITO!

Movimento Nacional das Pessoas em Situação de Rua – MNPR-SC

Frente Autônoma de Luta por Moradia


Imagens do ato de ontem em Florianópolis no Dia Nacional da População em Situação de Rua (MNPR)

Imagens do ato de ontem em Florianópolis no Dia Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), contando com a presença solidária de entidades, movimentos sociais e da própria população. Evento histórico que só tende a aumentar a força do movimento, para uma perspectiva cada vez mais autônoma e combativa.

Nenhum direito a menos!
Moradia digna e luta pra valer!
Vivo o povo da rua!

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MANIFESTAÇÃO DO MOVIMENTO DE POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA – MNPR/SC

DIA DE LUTA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

FLORIANÓPOLIS, QUARTA ÀS 15:00

CHAMADA PARA APOIADORES DA GRANDE FLORIANÓPOLIS, POVO DE RUA PRECISA DA SOLIDARIEDADE DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Amanhã às 15hs na frente da Catedral de Florianópolis o Movimento da População em Situação de Rua fará um ato que visa fortalecer a população pela garantia dos seus direitos contra medidas de higienização do poder público e das lógicas de exclusão dos centros urbanos. Por mais banheiros, por um Centro Pop verdadeiramente do povo, por mais refeições, por moradia, por trabalho e saúde.

Todxs na luta!

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PM: “Assim formam-se os monstros”

Nós divulgamos a entrevista na íntegra de um ex-PM do RJ que é a favor pela desmilitarização da polícia.

Seu testemunho é forte. Todxs que trabalham por outros valores, outro mundo, seja nas periferias, nos movimentos sociais, sabemos qual é a natureza desta entidade que merece cada vez mais ser exposta.

Fonte: http://outraspalavras.net/outrasmidias/capa-outras-midias/pm-assim-formam-se-os-monstros/

 

Soldado aprisionado no Rio narra como polícias militares contróem, desde a escola de “preparação”, cultura de violência, desprezo pelos pobres e promiscuidade com crime

Por Ciro Barros, na Pública

Com quase dois metros de altura, mais de 100 quilos entre músculo e alguma gordura, o ex-soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro Rodrigo Nogueira Batista, de 33 anos, é um “monstro” como a gíria popular classifica os brutamontes do tamanho dele. A orelha esquerda estourada pelos tatames de jiu-jitsu e o nariz meio torto ajudam a compor a figura do ex-PM preso em Bangu 6 (Penitenciária Lemos de Brito). Essa prisão, destinada prioritariamente a ex-policiais, bombeiros, agentes penitenciários e milicianos, faz parte do Complexo Penitenciário de Bangu, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro. Preso desde novembro de 2009, Rodrigo foi condenado pela Justiça Militar a18 anos por furto qualificado, extorsão mediante sequestro e atentado violento ao pudor e a 12 anos e 8 meses no Tribunal do Júri por tentativa de homicídio triplamente qualificado.

Segundo a condenação judicial, Rodrigo e seu então parceiro, o cabo Marcelo Machado Carneiro, abordaram a vendedora ambulante Helena Moreira na descida do Morro de São Carlos, onde ela morava. Ela iria à estação de metrô Estácio, no bairro do Estácio de Sá, Rio de Janeiro, e levava na bolsa R$ 1.750. Os policiais a revistaram, roubaram a quantia em dinheiro e sequestraram Helena pensando que ela fosse mulher de algum traficante. Segundo a decisão do juiz Jorge Luiz Le Cocq D’Oliveira, os PMs mantiveram a vendedora por quatro horas sob cárcere privado, onde ela foi agredida e “constrangida a praticar atos libidinosos” antes de ser atingida por um tiro de fuzil no rosto, que teria sido disparado por Rodrigo. Ainda segundo a sentença, a vítima se fingiu de morta após a sessão de tortura e foi à delegacia dar queixa. Rodrigo recorreu da sentença no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele afirma não ter cometido o crime pelo qual foi condenado, mas diz com todas as letras que “não é inocente”,  cometeu “outros erros” como policial, que ele não quer detalhar para não complicar sua situação.

Ele é autor do livro “Como Nascem os Monstros”, da Editora Topbooks, um brutal “romance de não-ficção”, em que mistura suas próprias histórias às histórias de outros colegas, casos de repercussão na crônica policial e “causos” da corporação. No livro, Rodrigo descreve com consistência a transformação de um jovem comum, com vagos ideais de defesa da sociedade e combate ao crime, em um criminoso fardado que usa de sua posição para matar, sequestrar, extorquir e prestar serviços à milícia. O resultado é um quadro aterrador de achaque de oficiais aos recrutas, corrupção dos batalhões e uma ácida interpretação da visão da sociedade em relação à polícia.


58º Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia – CONEA, em Florianópolis

A Frente Autônoma de Luta por Moradia estará presente no 58º Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia – CONEA, em Florianópolis. O evento que ocorre anualmente é o maior espaço organizado pela FEAB que reúne estudantes de agronomia de todas as regiões do país.

O tema deste ano é “Os Desafios do/a Engenheiro/a Agrônomo/a nas Transformações da Agricultura no século XXI – De onde viemos? para onde vamos?”, onde a FALM debaterá a perspectiva da luta por moradia na Grande Florianópolis e seu contexto social, geográfico e político.

No sábado haverá o debate sobre moradia, onde estarão presentes as ocupações da Amarildo e da Palmares, ambas em sítio de resistência ao contexto urbano e rururbano da região.

Na segunda-feira, acontecerá na Ocupação Palmares uma troca solidária de experiências entre os estudantes e a comunidade, na construção de um espaço coletivo e comunitário, além de mutirão de limpeza, horta e exibição de filmes sobre moradia.


REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL: PRISÃO E PERIFERIA

“Pro boy a causa é o código fora de época
O cuzão quer pena de morte, prisão perpétua
Acha que com menor cumprindo como adulto
Não vai ter na CNN político do Brasil com furo
Aposta na repressão, na polícia hostil
Um gambé me torturando num terreno baldio
Enquanto era pobre desfigurado no caixão preto
Vale o ditado: no cu dos outros é refresco
Hoje Deus anda de blindado, cercado e protegido por dez anjos armados
A pomba branca tem dois tiros no peito, dois tiros no peito
O ladrão de seis galinhas tá no presídio
O banqueiro tá livre porque tem endereço fixo
Sonha que o congresso vai aprovar lei mais severa
É o mesmo que o deputado atirar na própria testa
Não vejo um puto lutando pra favela ter escola
Só pra me trancar e jogar a chave fora
Facção Central – Pomba Branca

10295562_473032396165799_4102980726053767512_oA Frente Autônoma de Luta por Moradia é um coletivo que atua diretamente na periferia e nos movimentos sociais.  Cotidianamente vemos que o desrespeito proporcionado pelo Estado a todos os direitos da população pobre é uma realidade latente, vergonhosa e violenta. Do povo pobre, o Estado retira sua condição digna de sobrevivência através da negação do acesso aos direitos básicos como educação, saúde, cultura, moradia, transporte e lazer. Os/as jovens, na sua imensa maioria negros/as, dificilmente têm uma infância que lhe conceda uma estrutura mínima e já desde muito cedo, em muitos dos casos, necessitam ajudar na geração de renda da família – nos casos em que há uma. Ou seja, são excluídos/as da infância e perdem grande parte da vivência cultural. No Brasil, há uma alarmante naturalização do trabalho infantil. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2013 mostram que, em todo o país, 3,1 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos trabalham e 486 mil deles/as têm menos de 13 anos. É fundamental considerar que, em grande parte, são trabalhos informais, mal remunerados e extremamente precários. Sem assistência social, são condenados/as por serem o elo mais frágil do sistema, tornando-se as principais vítimas de toda a desigualdade social. Diante dessa realidade, a criminalidade não raramente torna-se uma fuga mais imediata na busca por dinheiro, status e acesso ao consumo.

Os meninos e meninas pobres da periferia, são tanto reféns como o alvo predileto da repressão estatal. A crescente onda conservadora estimulada pelos setores mais reacionários da sociedade, insuflados pela mídia burguesa e bancadas retrógradas (como as religiosas e da bala), criaram o roteiro para a institucionalização da criminalização de menores. Esquadrões da morte assassinam milhares de crianças de rua todos os anos.

Vivemos a era do imediatismo burocrático, que tenta resolver problemas de fundo social e econômico através dos seus efeitos e nunca pelas causas. Vivemos a explícita declaração de guerra ideológica contra os movimentos sociais em luta. O abismo que se abriu entre os poderes públicos, capital e povo fica cada vez maior, enquanto a periferia grita por direitos.

Esta lei de decisão autoritária da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, e a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171/93, que visa reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos, representa o mais puro retrocesso em relação a conquistas fundamentais como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que acaba de completar 25 anos.

Na nossa visão, as ações parlamentares não representam a realidade de seus argumentos e nem as suas esperanças de sucesso. Apenas comprova-se a insuficiência da democracia representativa no peso em que tais medidas passam num cenário de golpe. Não se pode deixar de ressaltar que as prioridades dos governos continuam seguindo a lógica dos interesses econômicos privados. As prisões terceirizadas já estão sendo construídas mediante parcerias público-privadas (PPPs), numa lógica em que o aumento do encarceramento reduz os seus custos. A privatização das penitenciárias escancara um modelo de total incompetência da gerência pública no sentido de evitar um desastre social. Não existe cidadania no Brasil e o direito à cidade ainda é um sonho distante. A segregação sócio-espacial torna cada vez mais as áreas urbanas centrais em privilégio de uma minoria rica. A lógica higienista segue transformando o espaço através da exclusão e, cada vez mais, intensifica a barbárie através da detenção. O poder de justiça do Estado não mais é delegável. A punição e o monopólio da violência permanecem na parceria com o capital. Sem falar do trabalho semi-escravo orientado pelos consórcios de empresas e PPP onde as leis não são regidas pela CLT, mas pelas regras da Execução Penal (LEP), de 1984. Os deputados da Comissão também são investigados nas suas ligações com estes consórcios.

Os/as jovens presos/as, longe de serem ressocializados/as, terão suas penas vencidas, direitos expropriados e serão agregados/as a uma massa populacional que gradativamente cresce. Eis o novo produto, o objeto humano. Enquanto as crianças e adolescentes tornam-se as vítimas em potencial desse descaso total da reprodução da violência vinda de cima, é sobre as mulheres, mães pobres e negras na grande maioria, que recai a culpa. O patriarcado exige que a plena responsabilidade de cuidar dos/as filhos seja cumprida pelas mulheres. Se está em uma de suas jornadas de trabalho e o/a filho/a na rua: a culpa é sua. Se deixa de trabalhar para ficar em casa cuidando dos/as filhos/as e estes/as precisam ajuda-la com a renda: novamente a culpa será sua. Essa é a realidade gritante nas favelas e periferias e, quem acumula um maior número de opressões sobre as suas costas, acumula também maior sentimento de culpa, desespero e frustração. Será que é tão difícil perceber a origem da criminalidade!?

Nós, da Frente Autônoma de Luta por Moradia, coletivo composto por militantes de movimentos sociais, repudiamos a redução da maioridade penal porque sabemos claramente quem serão as suas vítimas: as próprias vítimas do capital, jovens moradores/as de periferia, afastados/as de quaisquer direitos desde o berço.

Em Santa Catarina, o déficit habitacional é cerca de 200 mil moradias. Em Florianópolis, são quase 30 mil famílias que vivem sem teto ou em condições precárias. Vemos na luta por moradia, tendo as ocupações como ação direta, um modo de lutar contra a exclusão e a criminalidade, contra a opressão do aluguel e da falta de renda. Essa luta vai muito além de uma questão de suprimento de necessidades básicas, ela é a resistência política e econômica à dinâmica de exclusão sistemática do povo pobre e favelado.

Contra o retrocesso social!

Contra o aprisionamento do nosso futuro!

Contra a redução da maioridade penal!

FRENTE AUTÔNOMA DE LUTA POR MORADIA

FLORIANÓPOLIS, 15 DE JULHO DE 2015


Ação direta para a transformação da cidade

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Iniciativa do GRUPO ERRO de intervenção urbana, o coletivo atua através da construção de situações, a invasão do espaço público e a diluição da arte no cotidiano. Nessa prática situacional, o ERRO interfere nos fluxos cotidianos, na paisagem urbana e nos meios de comunicação, procurando outros modos de viver e de inserção na cidade.

Neste mês, o grupo realizou uma série de debates públicos, dentre eles, um especificamente sobre a questão dos fluxos migratórios, ocupação e moradia.

As possibilidades de moradias no espaço urbano estão cada vez mais escassas para as classes menos favorecidas nas metrópoles atuais. Moradias populares se concentram nas periferias, distantes dos grandes centros urbanos. As políticas públicas para a cidade segregam e distanciam as possibilidades de convívio social.

Gentrificação. Como contraponto a esta situação surgem movimentos de ocupação, que vêm crescendo em número e visibilidade ao demandarem novas políticas para a habitação de alguns espaços que deveriam e poderiam servir para moradias públicas. Os movimentos sociais demandam o direito a cidade.

Paralelamente a este panorama, os fluxos migratórios, que ora eram compostos por brasileiros de norte a sul, se expande para uma realidade de imigrantes de outros países. Como são vistas as dificuldades e possibilidades desses dois movimentos distintos (ocupação e fluxos migratórios) dentro de uma política estatal? Como recebermos o estrangeiro, e convivemos uns com os outros harmonicamente, independentemente de nossas classes sociais e origens, visto que somos todos estrangeiros em Pindorama?

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Convidados confirmados: Representantes da Frente Autônoma de Luta por Moradia (FALM) e da Comuna Amarildo.


Autopista Litoral Sul: o inverno dos direitos

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Uma nova cena abre novamente a novela da duplicação da BR 101, sentido sul em Santa Catarina. Uma ação de despejo na Palhoça/SC pela duplicação da rodovia, atingindo comunidades indígenas e moradores, prejudicarão toda uma região conurbada em comunidades. O descaso dos governos federais, estaduais e municipais compromete a vida de trabalhadoras e trabalhadores que não podem voltar para o aluguel e nem trabalhar nas proximidades.

Os primeiros atingidos foram as comunidades indígenas do Morro dos Cavalos, em Palhoça onde moradores foram desapropriados de suas terras que ainda são questionadas como área demarcada pela Funai. A questão da demarcação de 1.983 hectares pela Funai ainda gera resistência dos movimentos sociais e uma acirrada disputa das elites locais que visam interesses lucrativos na região. Toda a área, composta de comunidades indígenas, pescadores e pequenos agricultores são ameaçados de desapropriação. Sem falar do intento de movimentação dessas empresas em jogar a discórdia entre moradores e comunidades indígenas em relação às terras.

O crescimento da região alavancada pelo ritmo do mito da atração turística “natural” da capital catarinense e pela vitrine de melhor IDH do país e qualidade de vida, evidencia um rápido processo de aceleração do setor privado causando verdadeiros impactos na exclusão social de comunidades nativas inteiras, gerando bolsões de pobreza. O avanço da urbanização descontrolada refletem como o uso e ocupação do solo é administrado. A inércia de políticas públicas em relação ao uso e ocupação do solo urbano caracteriza seu atrelamento com o setor privado.

Nesse contexto, as desapropriações desse empreendimento, Trecho Sul, entre Florianópolis/SC e Osório/RS, está sendo administrado por mãos estrangeiras, como a Autopista Litoral Sul, “uma das nove concessionárias da Arteris, concessão que administrará e conservará o trecho por 25 anos, em leilão realizado em 9 de outubro de 2007, com contrato assinado em 14 de fevereiro de 2008 e prevê investimentos de R$ 3,1 bilhões durante sua vigência de 25 anos, incluindo a operação das rodovias.” (site da Autopista Litoral Sul)

Esta empresa multinacional pertence à Obrascon Huarte Lain S/A (OHL). Trata-se de um grupo de construtores e de concessões da Espanha que detém 60% da OHL Brasil. A Obrascon é a maior companhia em extensão de rodovias administradas no Brasil tendo como subsidiárias listadas: Autovias, Centrovias, Intervias, Vianorte, Autopista Planalto Sul, Autopista Litoral Sul, Autopista Fluminense, Autopista Fernão Dias e Autopista Régis Bittencourt.

E a Autopista Litoral Sul faz essa ligação Curitiba-Florianópolis, composta por trechos do contorno de Curitiba, pela BR-376 entre Curitiba e a divisa entre os estados do Paraná e Santa Catarina, e pela BR-101 até Palhoça, na Região Metropolitana de Florianópolis. Nove concessionárias do grupo administram rodovias nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro onde vivem 43% da população que resultam em aproximadamente 65% do PIB do Brasil. Ou seja, um lucro acima da média, já que suas veias rodoviárias chegam estrategicamente nos principais pólos de alta tecnologia e de agronegócios do Brasil.

Processos de desapropriação já se iniciaram na região e no entorno de todo o projeto das concessionárias. Comunidades como do Pontal, às margens da BR-101/SC, no
município de Palhoça/SC, onde ocorreram perdas sociais irreversíveis. Precisamos avançar no fortalecimento das frentes de resistência ao chamado “progresso” que vem passando autoritariamente por cima de leis, de planos diretores (quanto existem ou a sociedade civil é consultada), sem esquecer de projetos mirabolantes de Eike Batistas sobre resorts de alto nível na Enseada do Brito e nos municípios de Garopaba e Paulo Lopes (megaempreendimentos de aereoportos, marinas, etc). Tudo em nome do desenvolvimento e do progresso urbanizado.

Quanto vale uma moradia (teto, acesso á cidade, saneamento básico, educação, serviços básicos, mobilidade)? Quanto vale uma autopista?

Povo mobilizado em Palhoça pelo direito à moradia na contramão das remoções na Grande Florianópolis!

Mais casas e menos politicagem!!

FRENTE AUTÔNOMA DE LUTA POR MORADIA

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/OHL

http://horadesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2015/06/contorno-viario-tres-ordens-de-despejo-em-palhoca-sao-suspensas-pela-justica-4777825.html

http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/261746-justica-definira-indenizacoes-de-propriedades-atingidas-pelo-contorno-viario-de-florianopolis.html


1º de Maio, o dia em que a classe trabalhadora ergueu sua bandeira

“Era trabalhador, pegava o trem lotado
Tinha boa vizinhança, era considerado
Todo mundo dizia que era um cara maneiro
Outros o criticavam porque ele era funkeiro
O funk não é motivo, é uma necessidade
É pra calar os gemidos que existem nessa cidade
Todo mundo devia nessa história se ligar
Porque tem muito amigo que vem pro baile dançar
Esquecer os atritos, deixar a briga pra lá
Mas naquela triste esquina, um sujeito apareceu
Com a cara amarrada, sua mão estava um breu
Carregava um ferro em uma de suas mãos
Apertou o gatilho sem dar qualquer explicação
E o pobre do nosso amigo, que foi pro baile curtir
Hoje com sua família, ele não irá dormir!

Era só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro, mas era pai de família” – Rap do Silva, MC Marcinho

falm 001Esta data tão importante para os bilhões de trabalhadoras e trabalhadores que existe no mundo, virou mais um feriado como qualquer outro. Pior, em alguns casos, uma festa. Por causa disso, nós da classe trabalhadora, lutadores sociais contra todas as formas de exploração e opressão, dizemos que não! Chega de escravidão assalariada, chega de pobreza e miséria, que dia-a-dia nos condicionam cada vez mais às piores condições humanas. Todas as lutas e bandeiras devem se juntar num só punho e gritar neste BASTA!

A batalha cotidiana, de mulheres e homens, jovens e idosos, negros, índios, sem-teto, sem-terra, estudantes, em que muitos perderam suas vidas mas ganharam nosso respeito e força. Nossa sociedade é o resultado do sistema capitalista que apenas reproduz mais misérias. O Estado e o Capital nos prometem qualidade de vida, mas nos dão desigualdades sociais.

A Frente Autônoma de Luta por Moradia se mobiliza com os mais oprimidos pelo sistema e chama a todas e todos a resistir contra a lógica do Capital, à política de segregação, pela falta de moradia, terra, trabalho e contra a repressão do Estado.

Dia de memória e luta
Pela construção do poder popular

Se não há igualdade para os pobres
Que não haja paz para os ricos
Roda a baiana, fala mais alto
Desce do morro e ocupa o asfalto

FRENTE AUTÔNOMA DE LUTA POR MORADIA