(VÍDEO) Ato das Centrais Sindicais em defesa da Petrobrás e da greve dos Petroleiros

Sobre o ato das Centrais Sindicais (30/05) e a construção da greve geral.

Coletiva Centospé
Fonte:https://www.facebook.com/notes/coletiva-centosp%C3%A9/sobre-o-ato-das-centrais-sindicais-3005-e-a-constru%C3%A7%C3%A3o-da-greve-geral/643780365983947/

A Coletiva Centospé esteve presente hoje no ato no Centro da cidade, convocado pelas centrais sindicais CUT, CTB e Intersindical. No entanto, fizemos um chamado independente para a manifestação, pontuando algumas diferenças de pauta e horizonte. Por isso, aproveitamos para compartilhar nossa avaliação do ato de hoje com as companheiras e companheiros que estiveram presentes.

1. As Centrais acertaram em marcar um ato de rua em defesa da Petrobrás, da greve dos petroleiros e contra as propostas de intervenção militar, pautas fundamentais que nos fizeram ir para as ruas também. No entanto, erraram ao não pautar o apoio à greve dos caminhoneiros, ao colocar as eleições como horizonte para a reivindicação popular e, principalmente, por não defender a construção de uma greve geral.

2. A única forma de atender as reivindicações da greve de caminhoneiras e caminhoneiros é mudando a política de preços da Petrobrás. Por esse motivo, quando a greve se manteve firme, ela se colocou diretamente em oposição ao projeto de Temer, dos partidos de direita e, principalmente, dos interesses do mercado. Mesmo com algum apoio aos militares entre a categoria, as Forças Armadas estão atuando por todo o país na repressão dos caminhoneiros e de seus apoiadores, como aconteceu ontem em Biguaçu e como ameaça acontecer a qualquer momento na Palhoça. Nenhuma palavra foi dita pelas Centrais em repúdio à repressão que sofrem os caminhoneiros, o que é inadmissível.

3. O anúncio de um novo aumento no preço da gasolina, resultado da política privatista de Pedro Parente na Petrobrás, a mando do Governo Temer, é um desaforo a toda a classe trabalhadora. Se eles podem rir da nossa cara dessa forma, é apenas por sua confiança de que passarão impunes neste momento em que a greve dos caminhoneiros começa a perder força. A maior arma da classe trabalhadora é seu poder de parar a produção, como os caminhoneiros demonstraram de forma impressionante. Por isso, esse aumento da gasolina no dia de hoje é mais um motivo pela defesa aberta e consequente construção da greve geral em defesa de nossas empresas públicas e da redução do custo de vida de todo o povo. Essa tarefa não pode cair apenas nas costas de uma categoria ou de outra, ela exige ação unitária e esse é o papel que as centrais sindicais deveriam cumprir.

4. O ato de hoje teve dois momentos bem diferentes. Na concentração, enquanto predominava o carro de som com músicas e falas de lideranças sindicais e partidárias, a pauta se manteve presa às linhas tiradas entre as Centrais. No entanto, quando tomamos as ruas e a bateria entrou em cena, sem o carro de som, abrimos espaço para as palavras de ordem da manifestação e foi possível perceber que os anseios do povo na marcha eram bem diferentes. Cantamos em solidariedade aos caminhoneiros, como pauta imediata e urgente nesse momento, mas também cantamos pela greve geral e pelo poder popular como nossos horizontes. O ato foi curto, mas conseguimos colocar nossa palavra na rua.

Apesar da tentativa da mídia corporativa em pintar o fim da greve dos caminhoneiros, sabemos que ainda há muita gente parada e uma grande expectativa pela greve dos petroleiros e de outras categorias que estão se mobilizando. Consideramos que temos muito trabalho de agitação e luta para fazer nos próximos dias, centrando forças no apoio às greves e na defesa de uma nova política de preços para a Petrobrás, contra o seu processo de privatização. Essa luta precisa de nossas táticas mais eficientes, que são os atos, greves e ocupações, aliados a nossos princípios de organização, ação direta e solidariedade de classe.

MAIS FORTES SÃO OS PODERES DO POVO!

Coletiva Centospé

NOTA ABRASCO Contra os cortes na saúde para subsidiar o diesel

O governo Temer agravou mais uma vez a saúde dos brasileiros e o Sistema Único de Saúde recebeu mais um duro corte após o anúncio da Medida Provisória 839 publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União nesta quinta-feira, 31, que detalha o corte de gastos feito pelo governo para tentar acomodar o gasto extra de R$ 9,58 bilhões para bancar o subsídio ao diesel.

Estas 4 medidas econômicas cancelam parte dos gastos de quase 50 áreas e programas, que somam R$ 3,382 bilhões. Entre os cancelamentos estão recursos que iriam para o fortalecimento do SUS, e áreas como demarcação e fiscalização de terras indígenas, políticas públicas contra as drogas, políticas para juventude, violência contra mulheres, fortalecimento do SUS, educação do campo e saneamento básico.

No detalhamento que está no decreto, é possível ver os valores retirados dos programas: Gestão de Políticas Públicas de Juventude ; Políticas de Igualdade e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres ; Demarcação e Fiscalização de Terras Indígenas e Proteção dos Povos Indígenas Isolados; Redes de Cuidados e Reinserção Social de Pessoas e Famílias que Têm Problemas com Álcool e Outras Drogas; Saneamento Básico – Construção e adequação de sistemas de abastecimento de água em comunidades ribeirinhas / Construção e adequação de sistemas públicos de esgotamento sanitário em comunidades ribeirinhas e claro, cortes no programa de Fortalecimento do Sistema Único de Saúde.

Os cortes na saúde são para subsidiar a política de preços da Petrobrás que privilegia os interesses dos acionistas minoritários (a maioria estrangeiros). A população vai sofrer para garantir os dividendos de poucos. A Abrasco conclama a sociedade para manifestações contra esta medida que retira os recursos das áreas sociais e dos programas voltados para os mais carentes.

Associação Brasileira de Saúde Coletiva

31 de maio de 2018

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